terça-feira, 25 de março de 2014

Ai, que saudades da Amélia!


Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai meu Deus que saudade da Amélia
Aquilo sim que era mulher

Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado dizia
Meu filho o que se há de fazer

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia que era a mulher de verdade




            O que achou da canção de Ataulfo Alves e Mário Lago? Pareceu-lhe estranho?
Esta letra foi escrita em 1941. Naquela época, estes versos eram considerados poéticos e não uma “ofensa”, como talvez possa ser conceituada hoje. Por que uma ofensa? Falando da disciplina que temos no curso de letras cujo nome é Teorias do Texto, especificamente na Fase Teorias do Texto, podemos analisar que, nesta fase a noção de texto é completamente revista, ou seja, não considerava a possibilidade do “não texto” (sequências linguísticas incoerentes entre si).
            Nesta etapa, temos que levar em consideração a relação entre os sujeitos da produção textual (falante/ouvinte e/ou autor/leitor). Sendo assim, podemos analisar o seguinte: É importante compreender que esta relação é crucial para que o texto faça sentido e se organize de uma forma e não de outra. Lembrando que o mesmo texto é passível de diferentes leituras em um mesmo momento histórico ou ser lido em épocas e contextos diferentes. O que muda tudo.
            Como salientei acima na canção de Ataulfo Alves e Mário Lago, hoje a palavra “Amélia” tem um sentido pejorativo a qual na época em que foi escrita não. Notou a diferença? Qual outro texto, canção ou poema você já viu em que em um contexto diferente tenha uma interpretação variada? É necessário observar todos os aspectos antes de “julgar” um texto. Mulheres, não fiquem bravas, eles não nos ofenderam tá? (Pelo menos eu acho rs).

            Ficou claro universitários (as)? Qualquer dúvida comente aqui.

Um beijo de LETRAS!



Por Bruna Lopes | Diário de um universitário

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