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Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
- Junto com as outras? - Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. - Sim senhora. Olha, o homem está aí. - Aquele de quando choveu? - Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo. - Que é que você disse a ele? - Eu disse pra ele continuar. - Ele já começou? - Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. - É bom? - Mais ou menos. O outro parece mais capaz. - Você trouxe tudo pra cima? - Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera. - Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. - Está bem, vou ver como. |
Portanto, a falta de referências no texto, não impossibilita a comunicação dos personagens, pois a proposta do autor é a de que a situacionalidade preencha as lacunas referenciais entre os personagens.
Ou seja, um texto pode fazer sentido para uns, e para outros não.
Legal, como podemos compreender esse texto mesmo com a falta de vários referenciais, isso porque podemos imaginar várias situações diferentes onde esse diálogo encaixaria perfeitamente.
Abraços, Karina Carvalho.
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