segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Olá, universitários!

Tudo bem?

Queremos abordar, nesse post, um plano de aula - nosso trabalho de APS -  pela disciplina de Morfossintaxe da Língua Portuguesa da Professora Adelaide.

Esse plano foi desenvolvido por Bruna Lopes, Caio Henrique e Paulo Oliveira.

"Um plano de aula tem sempre sua origem num projeto pedagógico institucional que dinamiza as direções do ensino, detalhadas num plano de curso e de unidade. É uma previsão de atividades vinculadas a um plano de ensino mais amplo desenvolvidas em etapas sequenciais, em consonância com objetivos e conteúdos previstos. Serve para organizar a intenção do professor e o modo de operacionalizá-la. Expressa, ainda, as opções desse professor diante de seu contexto de trabalho, que implica pensar simultaneamente o conteúdo e os sujeitos com os quais interage."



PLANO DE AULA
LÍNGUA PORTUGUESA
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS E ASSINDÉTICAS


OBJETIVOS
·         Ampliar o conhecimento do aluno em relação à norma culta da língua;
·         Capacitar o aluno a classificar orações coordenadas sindéticas e assindéticas, estendendo os conhecimentos adquiridos em textos de modalidade escrita.  

CONTEÚDO
·         Orações Coordenadas Assindéticas;
·         Orações Coordenadas Sindéticas: aditivas; adversativas; alternativas; conclusivas; explicativas.

ANO
·         9º ano.

TEMPO ESTIMADO
·         Uma aula.

RECURSOS
·         Tirinhas variadas, retiradas da web;
·         Giz;
·         Lousa;
·         Apagador.

DESENVOLVIMENTO

1ª ETAPA
·         Explicar os tipos de orações coordenadas sindéticas e assindéticas, ressaltando suas diferenças e semelhanças, através de tirinhas;

2ª ETAPA
·         Dividir a sala em cinco grupos de alunos e nomeá-los de acordo com a classificação das orações coordenadas sindéticas: Grupo 1 – Guardiões das orações Adversativas; Grupo 2 – Guardiões das orações Aditivas; Grupo 3 - Guardiões das orações Alternativas; Grupo 4 - Guardiões das orações Conclusivas; Grupo 5 – Guardiões das orações Explicativas;
·         Serão cinco rodadas, cada uma com três orações coordenadas assindéticas, para que os alunos transformem em orações coordenadas sindéticas. Sendo elas as seguintes apresentadas:
Adversativas:
Paulo tentou comprar umas terras. Não conseguiu.
Você prometeu ajudar. Não cumpriu a promessa.
O país é extremamente rico. O povo vive em profunda miséria.
Aditivas:
Ele queria comprar uma casaplantar uma horta.
Não só provocaram graves problemas. Abandonaram os projetos de reestruturação social do país.
Ele não plantou milho. Não derrubou o mato.
Alternativas:
Você vai ao cinema. Você vai ao teatro.
Diga agora. Cale-se para sempre.
Aproveitas a oportunidade. Ficarás sem o emprego.
Conclusivas:
Ele não tem assistência médica.  Sofre de muitas doenças.
Não tenho dinheiro. Não posso pagar.
Vamos embora. O filme está muito chato
Explicativas:
Vinícius devia estar cansado. Estudou o dia inteiro.
Não gostava da vida na cidade. Tinha planos de comprar um sítio e ir morar no interior.
Não comparecemos à estreia do filme. Estávamos trabalhando.

3ª ETAPA
·         Cada grupo de Guardiões terá a possibilidade de responder uma oração a qual representa. O grupo que não acertar passa a vez para o próximo, possibilitando este a transformar essa oração apresentada;
·         Após todas as rodadas, o grupo que obter mais pontos no total será premiado com meio ponto na nota do final do bimestre.

AVALIAÇÃO
·         Valendo até meio ponto, todos os alunos deverão apresentar um relatório, descrevendo o conteúdo apresentado em aula para que, então, tenhamos um pequeno esboço do que o aluno conseguiu adquirir referente à matéria lecionada em classe.

REFERÊNCIAS
CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3ª Edição. São Paulo: Scipione, 2014.
CLICK ESCOLAR. Orações Coordenadas Sindéticas. Disponível em: <http://www.clickescolar.com.br/oracoes-coordenadas-sindeticas.htm>. Acesso em 8 de novembro de 2015.

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Exercícios Sobre as Orações Coordenadas. Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.com/exercicios-gramatica/exercicios-sobre-as-oracoes-coordenadas.htm>. Acesso em 8 de novembro de 2015.

SÓ PORTUGUES. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint26.php>. Acesso em 8 de novembro de 2015.

SÓ PORTUGUES. Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint27.php>. Acesso em 8 de novembro de 2015.

EDINEUMA, Concursos. Exercícios Sobre Orações Coordenadas. Disponível em: < http://vamospraticar.blogspot.com.br/2013/11/21exercicios-sobre-oracoes-coordenadas.html>. Acesso em 8 de novembro de 2015.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Poema em Linha Reta

Olá universitários, tudo bem?

Hoje, especificamente, estaremos abordando um tema bem interessante: A visão negativa do mundo do Heterônimo de Fernando Pessoa chamado Álvaro de Campos.

O tema é abordado em nosso artigo científico – trabalho de APS coordenado pela Professora e Doutora Lígia Menna-  baseado na análise e interpretação do Poema em Linha Reta. Um dia postaremos aqui para todos conferirem!


Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

(PESSOA.FERNANDO, Obra Poética, Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 418).

               O poema, acima descrito, foi feito por um heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, tratando de sua angústia por parte da hipocrisia de sua sociedade.
           Um pouco que se pode dizer sobre a biografia de Álvaro escrita por Fernando Pessoa, é que teve “uma educação vulgar em Liceu”, além de mais tarde ter estudado tanto Engenharia Naval como Mecânica. Seu primeiro trabalho como poeta foi “Opiário” em uma breve viagem ao Oriente Médio. 
             Campos passou por três fases poéticas: o decadentismo, que consiste em uma falta de sentido para a vida; o futurismo, que aderia sensação para tudo, sendo que havia uma grande exaltação da tecnologia e da civilização moderna; e o negativismo, sendo uma fase mais intimista e ao mesmo tempo incompreensão e angústia existencial.
              O “Poema em Linha Reta” faz parte dessa última fase. É possível observar que sua linguagem também se põe para dar uma sensação ao leitor. Uso de repetições, dando uma sensação de cansaço e monotonia, além de aliterações e assonâncias que remetem ao peso da dor que sente. Não ignorando, claro, seu léxico cheio de palavras densas e agressivas. 
                 Com uma vertente mais pessimista que o autor tem por base no poema, nota-se o seu desprezo pela sociedade em que vive, não compreendendo como podem aceitar tanta hipocrisia, vivendo uma vida de aparências.
                  Por que não trazer esse contexto do poema para nossa cultura atual? Na década de 70, Raul Seixas passou por mesmas sensações que Álvaro de Campos ao compor sua canção “Ouro de Tolo”. Abaixo um trecho da música para comparação:

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês
(...)
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social
Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador.

(SEIXAS. RAUL, Ouro de Tolo. Intérprete: Raul Seixas. In: Novo Millennium. Raul Seixas. São Paulo: CD 1998. Faixa 13).

                Percebe-se que tanto Seixas como Campos tem uma visão negativa da realidade do mundo vivido por eles. Mesmo após grandes conquistas, há um vazio dentro deles que não se preenche. Uma angústia existencial de estar em um lugar, porém não fazer parte dele.
           Conclui-se que Álvaro de Campos possui uma visão crítica e ao mesmo tempo cética e pessimista sobre a sociedade. Por ter um conhecimento da natureza humana, tem um grande problema em aceitar o motivo pelo qual as pessoas conseguem viver por aparências e não expressar seus erros e pecados, mostrando-se como “príncipes” e “semideuses”. Como compreender que não há humanos no planeta.

“Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”

Por Paulo Henrique Oliveira & Bruna Lopez


Referências

E-biografias. Disponível em: <http://www.e-biografias.net/fernando_pessoa/> Acesso em 02 de maio de 2015.


Educação. Globo.com. Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/fernando-pessoa.html> Acesso em 02 de maio de 2015.



Felipe Araújo, Poema em linha reta (Fernando Pessoa). Disponível em: <http://www.infoescola.com/literatura/poema-em-linha-reta-fernando-pessoa/> Acesso em 02 de maio de 2015.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Variação Linguística - Amazonas

Olá Universitários (as)!

Tudo bem?
         Ficamos sumidos né? Então, voltamos para falar de um assunto muito bacana! Variação Linguística! Hã? Sim!

         Segundo o site Português.com.br, variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida através de influências históricas e regionais sobre os falares.

E... Vamos falar sobre essa variação na região do Amazonas.

 

         Há palavras e expressões utilizadas no Amazonas a qual apresentam  um significado em algumas regiões e que muitas vezes são desconhecidas em outros lugares. Cito aqui algumas dessas palavras:

 

              CURUBA: Sarna, escabiose;

              CATAR A CABEÇA: Tirar piolhos do cabelo;

              LEVAR UMA PISA: Apanhar, levar uma surra;

              ASSANHADO (CABELO): Desarrumado, desalinhado;

              MANGAR: Tirar sarro, rir de alguém;

              SERENAR: Chover fininho, garoar;

              VEXAME: Pressa;

              VASCULHAR: Limpar a casa, fazendo faxina, procurar algo;

              ALAMBRADO: Bêbado;

              ARIGÓ: Complicado, atrapalhado;

              CARAPANÃ: Pernilongo;

              CHIBATA: Muito legal ou bonito. Refere-se à estilo de roupas, carros, objetos;

 

Dialeto do Norte

         Amazofonia ou dialeto nortista refere-se ao dialeto empregado por boa parte dos habitantes da região amazônica (Região Norte do Brasil) e de seus sete estados. A região norte do Brasil tem pelo menos dois dialetos de destaque: O dialeto considerado tradicional, utilizado pela maioria dos habitantes da região, nas maiores cidades como Belém e Manaus, totalmente em quatro dos sete estados da região: ACRE, AMAZONAS, RORAIMA e AMAPÁ e em parte do PARÁ; o outro dialeto é usado pelos migrantes de 70, presente na região sudeste do Pará (REGIÃO DE CARAJÁS). No estado de Rondônia é um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.

 

CARACTERÍSTICAS DO DIALETO:

         O emprego dos verbos na segunda pessoa, exemplo: “tu fizeste”, “tu és”, “tu foste”, além do “R” e “S” como de carioca, “D” com som de “DJ” e “I” com som de “tch”, tendo também a limpidez e a nitidez na pronuncia. Também tem o som de “L” e “LI” palatalizado, como “familhia”, “palhito”.

         Pode soar para algumas pessoas que não sejam da região como sotaque carioca, mas tem características diferentes, como: não há palavras gingadas, como no sotaque carioca; não se trocam o som da letra “S” por “R”.

 

Ritmo e Danças

Além dos ritmos e das danças mais tradicionais da região, como a toada, o carimbó e o brega, outros compõem o elenco regional, como segue abaixo, citaremos duas:

 

Marambiré A dança vem do ex-quilombo do Pacoval, vila alenquerense localizada à margem do Rio Curuá. É um patrimônio histórico e cultural do município e traz a lembrança dos antepassados africanos do antigo quilombo, que não deve ser vista somente como expressão isolada da raça negra, mas sua integração no contexto regional. Acontece no Natal, se prolonga até 20 de janeiro, Dia de São Sebastião.



Bangüê ou Dança dos Engenhos  Criada pelos escravos africanos que habitavam a Ilha de Marajó e o município de Cametá, a dança folclórica surgiu nos engenhos chamados bangüê (engenho de açúcar, em dialeto africano). Os movimentos exagerados da dança se devem à imitação das ondulações feitas pela espuma do tacho (caldeirão), onde se preparava o mel de cana.

 

Música: O Amazonês – Nicolas Júnior

   Espia maninho
Eu sou dessas paragens
Das 'banda' de cima
Do lado de cá
Eu não sou leso
Nem tico bodó
Mas boto no toco
Se tu me 'triscá' (marrapá)
Eu não vim no guaramiranga
Sou moleque doido não venha 'frescá'
Pegue logo o beco e saia vazando
Senão numa tapa tu vai 'emborcá'


Me criei na beira ali pelo 'ródo'
Eu me embiocava lá pelos 'motô'
Mamãe me ralhava e eu nas 'carrera', zimpado
Era galho de cuia, lambada e o escambal
Saía vazado pro bodozal, menino vai se 'assiá'
Tira a tuíra do 'côro', que agora é dos vera
Vou te malinar.

 Sou amazônes, não nado com boto, nem chupo 'piqui'
Sou do mesmo saco da farinha
Aquela da ovinha ali do uarini
Sou amazônes, num é 'fuleragi'
Eu sou bem dali e dou de 'cum força' na farinha
E sou 'inxirido até o tucupi.

Eu era escarrado e cuspido uma osga
Mas meu apelido era carapanã
Muito apresentado, passando na casca do alho
Era chato no balde, um cuirão pitiú
Mais 'intojado' que 'dismintidura'
Numa gabolice pai d'égua que só, pois num é?!
Man eu era chibata, parente, de rocha
Era o rei do 'migué'

(sou amazonês...)
 Na ilharga das balsas
Brincava de pira
E ali de 'bubuia', ficava até 'ingilhá'
Mangava 'dusôtro' na esculhambação
E na hora da broca mandava dindin com kikão
Era bom 'qui só'
Eu pegava um boi, que era massa demais
Égua 'su mano', eu cresci à pulso
E hoje vivo dos bicos na rampa dos cais

(sou amazonês...)
Vocabulário da música:
Bodó: Peixe cascudo ou feião
Botar no toco: Não levar desaforo pra casa
Se tu me triscá: Ofender “ Se você me ofender”
Marrapá: Mas rapaz! Significa indignação
Frescá: Implicar/provocar
Pegue logo o beco: Sai, sai, te manda, cara!
Sai vazando: Sai depressa
Emborcá: Cair
Ródo: Perto do porto

          Viram que bacana? Apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a outra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favorecidas.

 

 

 

 Beijo de LETRAS!

Até a próxima!
Bibiografia: